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Correntes elétricas na soldagem MIG

Correntes elétricas na soldagem MIG: Como definir? Qual a importância?

Saber como selecionar as correntes elétricas adequadas para a soldagem MIG é essencial para garantir uma solda de qualidade. Afinal, trata-se de um fator que influencia diretamente na fusão e penetração do material.

O processo MIG é baseado em fusão. Ou seja, a união dos metais é gerada pelo calor de um arco elétrico formado entre um eletrodo metálico consumível e a poça de fusão. Ambos ficam protegidos da contaminação atmosférica por um gás inerte.

As características desse sistema garantem uma soldabilidade mais eficiente, produtiva, flexível e de alta qualidade. Entretanto, esses benefícios só são possíveis quando a energia obtida a partir da fonte do equipamento é ajustada da maneira correta.

Portanto, entender como funcionam as correntes elétricas na soldagem MIG é indispensável para toda indústria que trabalha com aços, alumínio, magnésio, cobre e as ligas referentes. Neste artigo, você vai entender melhor a importância e como realizar os ajustes corretos. Confira!

 

Por que os ajustes das correntes elétricas são tão importantes?

As correntes elétricas na soldagem MIG passam pelo arame alimentado pela tocha de soldagem e são usadas para fundir o metal base e o arame, formando o cordão de solda. 

Elas são geradas por uma fonte de energia externa, que é conectada à tocha e ao material a ser soldado. As correntes são ajustadas para atingir as condições de soldagem ideais, regulando a penetração, aparência do cordão de solda e controle de respingos.

Dessa maneira, a seleção das correntes elétricas adequadas para a soldagem MIG é importante para garantir a qualidade da solda. Como mencionado anteriormente, ela influencia diretamente no comportamento do arco elétrico.

De maneira geral, os ajustes das correntes afetam diretamente a estabilidade do arco e, consequentemente, na penetração e aparência do cordão de solda. 

Nesse sentido, uma corrente muito alta pode resultar em um cordão mal formado, com excesso de respingos, porosidade, fissuras e deformações na solda. Já uma corrente muito baixa resulta em um arco instável, com penetração insuficiente ou até falta de fusão.

 

Como essas correntes funcionam na soldagem MIG?

Correntes elétricas na soldagem MIG

A soldagem MIG, assim como todo processo de solda a arco elétrico, possui 3 principais variáveis elétricas:

  • Tensão (medida em Volts);
  • Resistência (medida em Ohm);
  • Corrente elétrica (medida em Ampére).

A fonte de energia que alimenta o aparelho de solda é responsável pelo fornecimento da tensão e corrente. Ambas circulam pelos cabos e conexões que fazem parte do circuito do equipamento e formam o arco elétrico.

Ao mesmo tempo, esses cabos e conexões também geram resistência durante a passagem de energia. Esse processo ainda é influenciado pelo comprimento do arame e pelas características da peça soldada.

Para facilitar o entendimento, vale a analogia com um sistema hidráulico. A caixa de água que fornece o líquido para os canos seria a fonte de energia do aparelho de solda. Já a torneira funciona como o interruptor que libera eletricidade para ligar o equipamento.

Seguindo o exemplo, a água circula pelos canos quando a torneira é aberta. No circuito elétrico, isso ocorre com a passagem de energia pelos cabos e conexões. A água que sai da torneira seria a corrente. Já a tensão é análoga à pressão da água, que “empurra” essa corrente.

Basicamente, a tensão e a corrente elétrica atuam simultaneamente, gerando cada vez mais energia na medida em que são aumentadas. Isso porque, ambas passam a circular pelo circuito de solda assim que o arco elétrico é estabelecido.

Portanto, além de prezar por um bom aparelho de soldagem, também é imprescindível contar com uma fonte adequada para fornecer energia e regular as correntes elétricas ideais para o arco funcionar de maneira eficiente.

 

Qual o jeito ideal de ajustar as correntes elétricas?

As correntes elétricas usadas na soldagem MIG dependem de diversos fatores. Eles vão desde a espessura do metal base, até o diâmetro do arame, tipo de gás de proteção utilizado e tipo de junta a ser soldada. 

Para determinar a faixa recomendada para o tipo de arame e gás de proteção utilizados, o ideal é consultar o manual do fabricante do aparelho de solda. Em geral, a corrente varia entre 50 e 500 amperes.

Além disso, o diâmetro do eletrodo influencia o cordão de solda e está ligado à intensidade da corrente. Nesse sentido, eletrodos de diâmetro pequeno exigem uma corrente menor, enquanto eletrodos maiores demandam correntes mais intensas. Confira algumas faixas recomendadas:

 

Aço carbono e de baixa liga

  • Eletrodo de 0,8 de diâmetro: faixa de corrente de 70 a 180 A;
  • Eletrodo de 1,0: 90 a 220 A;
  • Eletrodo de 1,2: 100 a 270 A;
  • Eletrodo de 1,6: 190 a 360 A;
  • Eletrodo de 2,4: 280 a 490 A;
  • Eletrodo de 3,2: 270 a 580 A.

 

Aço inox austenítico

  • Eletrodo de 0,8 de diâmetro: faixa de corrente de 60 a 180 A;
  • Eletrodo de 1,0: 80 a 200 A;
  • Eletrodo de 1,2: 90 a 260 A;
  • Eletrodo de 1,6: 170 a 320 A;
  • Eletrodo de 2,4: 250 a 450 A.

 

Alumínio

  • Eletrodo de 0,8 de diâmetro: faixa de corrente de 70 a 150 A;
  • Eletrodo de 1,2: 80 a 200 A;
  • Eletrodo de 1,6: 120 a 300 A;
  • Eletrodo de 2,4: 180 a 350 A.

 

Cobre

  • Eletrodo de 0,8 de diâmetro: faixa de corrente de 70 a 170 A;
  • Eletrodo de 1,2: 90 a 250 A;
  • Eletrodo de 1,6: 150 a 400 A.

 

Outros pontos para levar em consideração

  • Considere a espessura do metal base. Para metais mais finos, utilize uma corrente elétrica mais baixa, enquanto para metais mais espessos é necessário usar uma corrente mais alta;
  • Ajuste a velocidade de alimentação do arame para obter uma deposição adequada. Uma taxa de deposição muito alta pode exigir uma corrente elétrica mais alta. Já taxas muito baixas demandam uma corrente elétrica menor;
  • Considere a posição da solda. Para soldagens planas, utilize correntes mais altas. Por sua vez, as posições verticais ou overhead precisam de uma corrente elétrica mais baixa.

 

Lembre-se que o ideal é seguir as correntes elétricas recomendadas no manual do fabricante do seu aparelho. Quer saber mais sobre soldagem MIG e outras técnicas de solda? Mantenha-se bem informado com quem é referência no assunto: acompanhe o blog da Balmer!